Dissertação - Cibele da Costa Cardoso

Predadores ou dispersores? : a relação do mexilhão-dourado Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) (Bivalvia, Mytilidae) com quatro espécies de quelônios aquáticos (Reptilia, Testudinata) da planície costeira do Brasil subtropical

Autor: Cibele da Costa Cardoso (Currículo Lattes)

Resumo

Nas últimas décadas, a invasão de espécies exóticas recebeu grande atenção da comunidade científica, sendo considerada a segunda causa de extinção de espécies nativas em todo o mundo. O mexilhão-dourado Limnoperna fortunei é um molusco bivalve nativo da China, o qual foi introduzido em diversos locais do mundo, principalmente através da água de lastro de navios, causando impactos econômicos e à biota nos locais de sua introdução. Na América do Sul, seu primeiro registro foi em 1991, no Rio da Prata. No Brasil, essa espécie tem sido registrada em diversas localidades, incluindo o sistema lagunar Patos/Mirim na planície costeira do Rio Grande do Sul. Essa dissertação teve como principal objetivo estudar a relação do mexilhão-dourado com as quatro espécies de quelônios de água doce que ocorrem nessa região. O primeiro capítulo, intitulado "Does the invasive Golden Mussel Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) engage in biofouling on native freshwater turltes?", testa através de experimentos ex situ a capacidade de fixação da espécie invasora L. fortunei nos quelônios da planície costeira do Brasil subtropical, e se esses quelônios poderiam atuar como vetores de dispersão do mexilhão-dourado. O segundo capítulo, intitulado "Avaliando a capacidade de predação do molusco invasor Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) (Bivalvia, Mytilidae) por quelônios aquáticos em condições laboratoriais," trata da capacidade de predação do molusco invasor pelos quelônios nativos. Os resultados encontrados indicam que Acanthochelys spixii, Hydromedusa tectifera e Phrynops hilarii, todas da família Chelidae, possuem alta capacidade de atuarem como vetor de dispersão da espécie invasora enquanto que Phrynops hilarii (Chelidae) e Trachemys dorbigni (Emydidae) são as espécies que apresentaram maiores taxas de predação do mexilhão-dourado. Estas informações ajudam na compreensão dos efeitos causados por esse bioinvasor na planície costeira do Rio Grande do Sul.

TEXTO COMPLETO DA DISSERTAÇÃO

Palavras-chave: BioincrustaçãoEspécie invasoraLimnoperna fortuneiMexilhão-douradoPredação (Biologia)