Dissertação - Leticia Vianna do Nascimento

Coleopterofauna dulcícola de Rio Grande, RS

Autor: Leticia Vianna do Nascimento (Currículo Lattes)

Resumo

Insetos aquáticos destacam-se em abundância de indivíduos em ambientes dulcícolas de Rio Grande, registrando Coleoptera como uma das ordens frequentemente encontradas, a qual é representada por espécies aquáticas e semiaquáticas, porém poucas delas alcançam alta densidade populacional ou altos níveis de biomassa em ambientes de água doce. Na região sul do Brasil, a coleopterofauna dulcícola é pouco estudada, sendo registrados estudos apenas para a região de São Francisco de Paula e Gramado. O objetivo deste trabalho foi identificar a fauna de Coleoptera em três sistemas aquáticos de Rio Grande: Arroio Bolaxa, Canais de escoamento pluvial do Balneário Cassino e Lagos do campus universitário da Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Para isso foram analisados organismos depositados na Coleção de Invertebrados Límnicos do Sul do Brasil do Laboratório de Limnologia (DCMB-FURG), provenientes de amostragens da fitofauna. Os coleópteros foram identificados até gênero, quando possível, com bibliografia específica. Foram analisadas: distribuição espacial e temporal, riqueza de táxons, índice de diversidade de Shannon-Wiener (H), índice de homogeneidade de Pielou (J), grupos tróficos funcionais e a proporção de larvas e adultos. Foi identificado um total de 16 famílias, e 19 gêneros, representados, principalmente, por Curculionidae, Dytiscidae (Hemibidessus), e Hydrophilidae (Enochrus e Tropisternus), os quais foram registrados em todos os ambientes estudados. Hydrophilidae (gen. 1 e gen. 2) encontrados exclusivamente no Arroio Bolaxa, e Carabidae, Coccinelidae Dytiscidae (Copelatus, Cyspister e Dytiscus), Gyrinidae, Haliplidae (Haliplus), Hydrochidae (Hydrochus), Lutrochidae (Lutrochus) e Psephenidae nos Lagos das FURG. A proporção de larvas e adultos apresentou diferenças de acordo com a estação do ano, sendo que, geralmente, o inverno registrou proporções de larvas menores que 50%. A fauna de besouros aquáticos foi composta, principalmente, por predadores e coletores. O Arroio Bolaxa apresentou os maiores índices de diversidade (entre 1,48 e 2,19), enquanto que os menores valores de diversidade (entre 0,31 e 1,62) foram registrados nos canais de escoamento pluvial do Cassino. As diferenças de densidade e diversidade observadas nos ambientes aquáticos estudados podem ter sido influenciadas pela saúde dos ecossistemas e arquitetura das macrófitas presentes em cada um deles. A presente pesquisa registrou 40% da diversidade de gêneros de Coleoptera presentes no Rio Grande do Sul, demonstrando que os ambientes estudados abrigam uma biodiversidade representativa de besouros aquáticos.

TEXTO COMPLETO DA DISSERTAÇÃO

Palavras-chave: Insetos aquáticos