Dissertação - Vanessa Corrêa da Rosa

Diatomáceas epífitas da Lagoa Pequena, Pelotas, RS, Brasil

Autor: Vanessa Corrêa da Rosa (Currículo Lattes)

Resumo

Este estudo teve o objetivo de conhecer a comunidade de diatomáceas epífitas nas macrófitas (Acrostichum danaefolium Langst. & Fisch, Schoenoplectus californicus (C.A. Mey) Soják, Myriophylum aquaticum (Vell) Verdc e Cabomba caroliniana A. Gray) em diferentes amostragens na Lagoa Pequena que compreende os ambientes (Arroio Pseudônimo, Praia da Lagoa Pequena, Entrada da Lagoa Pequena e Feitoria), de maio de 2011 a janeiro de 2012, totalizando 79 amostras coletadas. As amostras foram fixadas com formalina a 4%. Para estudo das formas de crescimento, em cada ponto foi coletada uma amostra (não fixada) para observação das diatomáceas. No ambiente foram medidas as variáveis físicas (temperatura, profundidade, transparência da água e vazão) e químicas (pH, condutividade elétrica, fósforo e nitrogênio). A flora em A. danaeifolium apresentou 157 spp, dentre os quais 26% de água doce, 50% estuarinos e 14% marinhos. Nitzschia apresentou maior diversidade (riqueza de espécies). Vinte e três espécies foram registradas pela primeira vez para o Rio Grande do Sul. Ocorreram diferentes formas de crescimento que formaram as guildas ecológicas de baixo perfil (formas adnatas), alto perfil (formas eretas, formadoras de cadeias, tubos, e pedúnculos de mucilagem) e guilda móvel (espécies móveis). Em S. californicus ocorreram 129 táxons distribuídos em 55 gêneros, e Nitzschia apresentou também maior número (25) de espécies. Em C. caroliniana ocorreram 38 táxons e formas de crescimento adnata, ereta, pedúnculo, cadeia tubo e móvel) e em M. aquaticum ocorreram 54 táxons e formas de crescimento adnata, pedúnculo, ereta, cadeia e tubo. Em ambas macrófitas foi encontrada guilda de alto perfil. A presença de diferentes formas de crescimento e guilda de alto perfil em todos locais estudados mostrou a complexidade da comunidade. A temperatura da água variou de 10-28,5º C, a profundidade 0,26-1,29 m, a transparência 0,20-0,76 m, a vazão 9,4-42,12 m³/s, o pH 7,0-8,8, a condutividade elétrica 0,62-16,96 mS.cm‾¹, o fósforo orgânico total 0,03-0,37 mg.L-1, e o nitrogênio orgânico total entre 0,29 e 1,20 mg.L-1. A maior temperatura e o baixo nível da água influenciaram a composição da guilda de alto perfil, que prevaleceu durante todo período. O maior valor de condutividade (verão) permitiu a presença de espécies marinhas no Arroio Pseudônimo e Feitoria. O Arroio Pseudônimo teve maior riqueza de espécies provavelmente por ser mais protegido, do que os outros locais. Em menor temperatura (10º C) e condutividade (0,65 mS.cm‾¹) também se observou a formação de tubos de mucilagem e a guilda de alto perfil no Arroio Pseudônimo. Espécies dulcícolas (Nitzschia spiculoides Hustedt, N. subacicularis Hustedt, N. fonticola var. pelagica Hustedt e S. martyi Hèribaud-Joseph) e marinha (C. peltoides Hustedt) foram tolerantes as variações de condutividade na Lagoa Pequena. A morfologia das macrófitas aquáticas influenciou a comunidade de diatomáceas que apresentou maior riqueza de espécies e gêneros em macrófitas de arquitetura complexa (C. caroliniana e M. aquaticum).

TEXTO COMPLETO DA DISSERTAÇÃO

Palavras-chave: BotânicaDiatomáceas epífitasÁreas úmidasBiologiaDesenvolvimento e evoluçãoGuildasPteridófitasSubtropicalTubos de mucilagemMicroalgas