Dissertação - Robert Blanco Huanto

Assembleia de metazoários parasitos e histopatologias associadas às brânquias de Odontesthes ((Atherinopsidae)) em habitat aquáticos do extremo sul do Brasil

Autor: Robert Blanco Huanto (Currículo Lattes)

Resumo

Sete espécies de Odontesthes são registradas no extremo sul do Brasil, duas delas, Odontesthes bonariensis e O. argentinensis e mais quatro outras espécies não possuem sinal filogenético para diferencia-las. As duas espécies supracitadas despertam grande interesse econômico são de origem marinha e estão distribuídas em diferentes habitat: O. bonariensis ocorre nas Lagoas Mangueira (LMA) e Mirim (LMI) (água-doce) e O. argentinensis ocorre no Estuário da Lagoa dos Patos (ELP) (euriahilas) e na região marítima (RM) e ambos os ambientes estão localizados na planície costeira. Os ectoparasitos branquiais são utilizados também como modelos ambientais, os quais têm suas patologias usadas como biomarcadores histológicos. Já os modelos de coevolução são dados a partir das interações históricas entre hospedeiro e parasito. Neste contexto, as diferenças ambientais apresentadas por estes sistemas de lagoas podem possibilitar a ocorrência de diferentes assembleias parasitárias nos peixes ao longo de diferentes habitat como na RM e no ELP. Assim, estes ambinetes podem fornecer diferentes condições de infestação por ectoparasitos e mesoparasitos em O. bonariensis e O. argentinensis do sistema de lagoas do extremo sul do Rio Grande do Sul. O mesmo aspecto é esperado para algumas alterações histopatológicas nas brânquias relacionadas ao parasitismo. A Dissertação foi dividida em dois capítulos. O Capítulo I, tratou da assembleia de ectoparasitos e mesoparasitos de Odontesthes, no extremo sul do Brasil. Neste capitulo foram estudadas dois espécies de Odontesthes em diferentes habitats (LMA, LMI, ELP e RM). Foram capturadas 145 especimes de O. bonariensis (LMA=100, LMI=45) em 82 O. argentinensis (ELP=58, RM=24): em quanto aos registros de parasitoas; LMA se registrou o ectoparasito Braga patagonica (n=22) e mesoparasito Artystone trysibia (n=16), na LMI foram registradas ectoparasitos de Gauchoergasilus euripedesi (n=2) e Ergasilus sp. (n=2). No O. argentinensis se registraram 261 especimens de Ergasilus lizae distribuiodos em: ELP (149) e RM (112). A correlação de Spearman da abundância absoluta de E. lizae com o comprimento total (CT) de O. argentinensis do ELP e da RMA foi positiva média, enquanto que a correlação para B. patagonica e A. trysibia foi negativa, fraca e média, respectivamente. As comparações da prevalência (P%), abundância média (AM) e intensidade média de infecção (IMI) para E. lizae de O. argentinensis por habitat não apresentou diferença. Os índices parasitológicos relativos aos Isopoda de O. bonariensis na LMA para B. patagonica e para A. trysibia indicaram uma parasitose homogênea, com poucos hospedeiros parasitados. O Capítulo II, abordou sobre a histopatologia das branquias de juvenis de O. argentinensis causadas por E. lizae. Espécimes de E. lizae do ELP causaram estrangulamento e erosão circular ao longo de todas as lamelas primárias de O. argentinensis. Também foram observadas anormalidades teciduais, necroses, hipertrofias e branquite catarral. A resposta defensiva do hospedeiro aos danos nos tecidos foi similar a queratose. Todos esses danos histológicos são fatores importantes e que causam alterações nas trocas gasosas e na osmorregulação dos hospedeiros juvenis.

TEXTO COMPLETO DA DISSERTAÇÃO

Palavras-chave: ErgasilidaeCymothoidaeInfestacãoEstuário da Lagoa dos PatosLagoa Mirim (RS)Lagoa MangueiraPeixe rei