Dissertação - Taiane Hebling Guimarães Duarte

Composição do banco de propágulos do sedimento de um lago raso e seu papel na restauração do ecossistema

Autor: Taiane Hebling Guimarães Duarte (Currículo Lattes)

Resumo

Macrófitas aquáticas são componentes importantes para a conservação dos ecossistemas aquáticos continentais rasos, pois apresentam alta produtividade, fornecem refúgio para outros organismos, e auxiliam na manutenção da qualidade de água, retirando nutrientes e incorporando em sua biomassa. Esses ambientes aquáticos rasos apresentam em seu sedimento um rico banco de propágulos que possibilitam a substituição e recolonização de macrófitas aquáticas eliminadas tanto por causas naturais ou quanto por distúrbios ocorridos no ecossistema, como o processo de eutrofização. O presente estudo teve como objetivo geral determinar a composição do banco de propágulos de um lago raso sujeito a alterações de estado trófico, após um processo de manejo de retirada do excesso de macrófitas flutuantes para recuperação ambiental. O lago estudado é eutrofizado, e apresentou, durante o ano de 2015, um massivo crescimento de macrófitas flutuantes (Salvinia herzogii), e passou por um período de manejo para recuperação ambiental, com retirada das plantas. Em março de 2016, em campo, foram estabelecidos três transectos, para coleta do sedimento e quantificação do banco de propágulos em laboratório e acompanhar o estabelecimento e desenvolvimento das macrófitas em campo. Para verificar a composição do banco de propágulos foram inicialmente testadas em laboratório, as metodologias de peneiração, flutuação em água e emergência de plântulas. A metodologia que apresentou melhor eficiência foi a de emergência de plântulas, assim, foram incubados em laboratório amostras referentes a 15 pontos amostrais e acompanhada a emergência de plântulas durante sete meses. Durante o mesmo período, em campo, em intervalos de 15 a 30 dias, foi monitorada a riqueza das plantas que emergiram nos mesmos pontos de coleta e acompanhadas as variáveis abióticas da coluna de água. A composição entre o banco de propágulos e a vegetação estabelecida foi comparada com o coeficiente de similaridade de Sørensen, com dados de presença/ausência. Foram calculadas a riqueza, abundância e densidade do banco de propágulos emergidos em cada ponto. Foram feitas comparações das densidades entre os propágulos emergidos em laboratório nos pontos centrais e de margem do lago (teste t) e entre os transectos (ANOVA). Durante o período de amostragem o lago se mostrou eutrofizado, com grande crescimento das macrófitas submersas Potamogeton pectinatus e Chara zeylanica. Em laboratório, um total de 1382 mudas emergiram, e o número de propágulos germinados por amostra variou de 3 a 249, com uma riqueza total de 8 espécies de macrófitas aquáticas. P. pectinatus e C. zeylanica dominaram o banco de propágulos. Não houve diferença significativa (p>0,05) das densidades de emergências tanto entre as regiões de centro e margem quanto entre os transectos do lago. O coeficiente de similaridade de Sørensen foi de 87%, indicando alta semelhança entre as espécies presentes em campo e aquelas que emergiram durante o experimento em laboratório. No monitoramento da vegetação em campo foram identificadas as espécies, P. pectinatus., C. zeylanica e Ludwigia peploides. Pode-se corroborar a importância do banco de propágulos de lagos rasos que foi imprescindível para o reestabelecimento de macrófitas aquáticas submersas em campo o que contribui para a conservação e manutenção destes ambientes.

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Palavras-chave: BiologiaEcossistemas aquáticosMacrófitasLagos rasosPlântulasBanco de propágulos