Tese - Maiby Glorize da Silva Bandeira

Diversidade e dinâmica de microcrustáceos em áreas úmidas intermitentes

Autor: Maiby Glorize da Silva Bandeira (Currículo Lattes)

Resumo

Áreas úmidas são ambientes aquáticos considerados hotspots de biodiversidade, esses ambientes apresentam características hidrológicas diferentes, podendo ser permanentes ou temporários, dependentes principalmente das condições climáticas sazonais da região. Entre os grupos aparentes, os microcrustáceoas apresentam adaptações que permitem sua permanência nesses sistemas. Então, analisar a diversidade e dinâmica das espécies nesses ambientes possibilita entender os mecanismos que ditam os padrões espaciais e temporais da organização das comunidades em áreas úmidas, particularmente nas intermitentes. Com isso, o objetivo geral dessa tese foi estudar a diversidade e dinâmica dos microcrustáceos em áreas úmidas intermitentes, respondendo as seguintes questões: i) Qual a tendência global dos estudos com microcrustáceos em cultivos de arroz, e o potencial deste ambiente como estoque de biodiversidade? Para isso, foi realizada uma análise cienciométrica global e compilados 77 estudos com microcrustáceos de cultivos de arroz, nas bases de dados Web of Science e Scopus, entre 1977 e 2019. Destes, foram quantificadas 301 espécies de seis grupos de microcrustáceos, distribuídas em 18 países. Com isso, foi possível registrar que os cultivos de arroz têm potencial para estocar a diversidade desses organismos. ii) Como as espécies endêmicas (Branchinecta iheringi e Eulimnadia pampa) da região subtropical do hemisfério Sul estão respondendo aos diferentes hidroperíodos do ano? Para isso, foram acompanhados quatro hidroperíodos consecutivos, onde o tempo de permanência da água e a variação de temperatura tiveram efeito significativo no restabelecimento das espécies. Com acompanhamento das estratégias de eclosão, foi visto que B. iheringi responde de imediato aos estímulos de eclosão enquanto E.pampa precisa de um tempo maior para eclodir. iii) Qual a influência do tempo de hidratação e da temperatura na eclosão de microcrustáceos, comparando abordagens in situ e ex situ? Para isso, foram acompanhados 34 dias de hidroperíodo in situ e testadas três temperaturas em 30 dias no laboratório. Em ambas abordagens, foram registrados 41 táxons de cinco grupos de microcrustáceos, e o tempo de hidratação foi o fator mais importante na eclosão. Em laboratório, o aumento da temperatura afetou positivamente a eclosão e nas duas abordagens, o início do tempo de hidratação foi o período mais importante para a eclosão

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Palavras-chave: Ambiente aquáticoZooplânctonEcologia de comunidadesDormência (Biologia)Estímulos de eclosão