Tese - Karine Massia Pereira

Influência da fisiografia, paisagem, fatores espaciais e locais, e sobreposição espacial de macrófitas aquáticas em áreas úmidas do sul do Brasil

Autor: Karine Massia Pereira (Currículo Lattes)

Resumo

Entender as relações entre comunidades biológicas e o seu meio ambiente é o tema central da ecologia de comunidades. As assembleias de macrófitas aquáticas desempenham fundamental importância ecológica em ambientes aquáticos, cujos quais apresentam papéis importantes à sociedade e à biodiversidade. O objetivo geral da tese é avaliar os fatores determinantes para a riqueza e composição das assembleias de macrófitas aquáticas em áreas úmidas do sul do Brasil (regiões fisiográficas Encosta do Sudeste e Litoral). Foram avaliados desde fatores da paisagem (quantidade de habitats, isolamento e uso da terra), fisiográficos e climáticos; espaciais e ambientais; até interações interespecíficas. Além disso, avaliou-se se esses fatores interferem de maneira distinta sobre os diferentes grupos funcionais de macrófitas aquáticas. Características da paisagem foram mensuradas através de técnicas de processamento de imagens de satélite e Sistemas de Informação Geográfica. Fatores espaciais foram obtidos através de Análises de Coordenadas Principais de Matrizes Vizinhas. Interações interespecíficas foram mensuradas através doÍndice de Sobreposição Espacial desenvolvido especialmente para macrófitas aquáticas. Ao todo foram amostradas 249 espécies de macrófitas aquáticas; 221 na Encosta do Sudeste e 144 no Litoral. Verificamos que a disponibilidade de habitats na paisagem relacionou-se negativamente com a riqueza, enquanto o isolamento e áreas agrícolas relacionaram-se positivamente. A fisiografia e outras características da paisagem também foram importantes para a composição. Fatores espaciais também estruturaram as assembleias de macrófitas aquáticas, mas sua importância relativa diferiu entre escalas espaciais de observação e grupos funcionais. Em relação às interações interespecíficas, verificou-se uma possível vantagem competitiva de Luziola peruviana sobre Eleocharis minima. Pode-se concluir que para entender a estruturação de assembleias de macrófitas aquáticas é necessário avaliar um amplo espectro de fatores. Essa tese abordou aspectos paisagísticos e de interações interespecíficas ainda não estudados em áreas úmidas do sul do Brasil, assim como contribuiu para o conhecimento florístico dessa região

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Palavras-chave: EcologiaMacrófitasÁreas úmidasEncosta do sudesteLitoralBrasilFatores climáticosIsolamentoMetacomunidade