Dissertação - Fernanda de Lacerda Freire

Análise cientométrica do uso de organismos aquáticos para estudo dos efeitos de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA)

Autor: Fernanda de Lacerda Freire (Currículo Lattes)

Resumo

A toxicologia aquática é o estudo dos efeitos de estressores ambientais que podem afetar organismos aquáticos. Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) estão entre os contaminantes mais relevantes. A cientometria é o estudo quantitativo da ciência, da comunicação na ciência e das políticas científicas, preocupando-se principalmente com a dinâmica científica, analisando a produção, o consumo e a circulação da produção científica. A presente dissertação realizou um estudo cientométrico na área da toxicologia aquática em relação aos HPAs entre os anos de 1945 e 2022. Utilizamos o software R, com o auxílio do pacote bibliometrix e o software VOSviewer, para avaliar a tendência das publicações, colaborações entre países, revistas e criar rede de colaborações, também como investigar os HPAs e organismos presentes em estudos com toxicologia aquática. As análises mostraram um crescimento no número de publicações neste tema ao longo do tempo de forma não linear, na década de 90 observa-se um grande crescimento nos trabalhos, e nos 20 anos seguintes, nas décadas de 2000 e 2010, uma estabilidade na produção científica. Por outro lado, em 2020 é possível observar uma diminuição no número de trabalhos até 2022, o que gera alguns questionamentos, como os PAHs pararam de ser avaliados como contaminantes em toxicologia aquática?. Na maioria dos trabalhos eram testados apenas HPAs, outros contaminantes que foram presentes em combinação com estes, foram os PCBs e metais. O benzo-a-pireno (BaP) foi o HPA mais testado, dos 16 HPAs preferenciais da agencia de proteção ambiental americana (EPA) 15 estão entre os HPAs utilizados, o Benzo[0]oranteno não foi testado em nenhum dos trabalhos com toxicologia aquática. Em mais da metade dos trabalhos, foram utilizados peixes como organismo totalizando 237 espécies, das quais 43% são marinhas, 38% de água doce e apenas 19% eurialinas, sendo a truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss), o peixe zebra (Danio rerio) e o mummichog (Fundulus heteroclitus) os mais usados. Os resultados apresentados podem ajudar pesquisadores e agências de fomento no desenvolvimento de novos projetos e políticas ambientais, uma vez que foram identificadas algumas lacunas nas pesquisas com HPAs em toxicologia aquática e na preservação das espécies de peixes, que foi o principal grupo avaliado neste trabalho.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: CientometriaToxicologia aquáticaPeixesHidrocarbonetos policíclicos aromáticosContaminantes