Monitoramento ecotoxicológico da Lagoa Mirim - RS, um dos maiores sistemas lagunares do Brasil
Autor: Josiane Araujo da Silva (Currículo Lattes)
Resumo
A Bacia Hidrográfica da Lagoa Mirim vem sofrendo degradação ao longo dos anos, principalmente devido à intensa atividade agrícola que ocorre no seu entorno. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade da água superficial da Lagoa Mirim do ponto de vista ecotoxicológico através de ensaios agudos e crônicos realizados com os seguintes organismos: microalgas Pseudopediastrum boryanum, microcrustáceos Daphnia magna e Ceriodaphnia dubia e peixe Danio rerio, expostos a amostras de água superficial coletadas em diferentes pontos da bacia hidrográfica e em três períodos distintos (Janeiro, Março e Junho de 2022). Além disso, para os organismos D. magna e D. rerio foram realizadas análises de biomarcadores comportamentais e bioquímicos. As microalgas foram os organismos mais sensíveis, com efeitos principalmente em março, enquanto para os demais organismos não foi observado efeitos letais, evidenciando a importância de avaliar organismos de diferentes níveis tróficos. Já em relação aos biomarcadores, os resultados mostraram maiores efeitos, principalmente através do índice de Resposta do Biomarcador Integrado (IBR), para D. magna e D. rerio no período de março, porém a D. magna se mostrou mais sensível. Ademais, as Análises de Redundância indicaram correlação entre os biomarcadores para ambos os organismos e os parâmetros abióticos, principalmente os nutrientes (fósforo total e nitrogênio total), coliformes termotolerantes, sólidos totais e turbidez. As análises multivariadas e o índice IBR se mostraram ferramentas eficientes para auxiliar no monitoramento dos corpos hídricos como a Lagoa Mirim, permitindo observar de forma espacial e temporal um panorama geral dos efeitos causados aos organismos pelas amostras coletadas.