Diatomáceas perifíticas como indicadoras : abordagens para o monitoramento ambiental em riachos
Autor: Ana Paula Tavares Costa (Currículo Lattes)
Resumo
O Antropoceno é marcado por diversos impactos humanos nos mais variados ecossistemas, sendo considerado um período de extinções em massa. Os ecossistemas lóticos estão entre os mais afetados. Nesse sentido, a Tese aqui apresentada teve como principal objetivo testar métricas de biomonitoramento e avaliações ecológicas em riachos - utilizando diatomáceas - visando principalmente a redução de tempo em laboratório, especialmente em relação à identificação das comunidades em nível de espécie. O primeiro capítulo compõe uma revisão sistemática que teve por objetivo investigar as tendências sobre o uso de diatomáceas no biomonitoramento e avaliações ecológicas em ambientes lóticos. Os principais achados nesse capítulo foram: (i) a pesquisa sobre esse tema é consolidada na União Européia e América do Norte; (ii) a comunidade epilítica é a mais amostrada nos estudos; (iii) a eutrofização é o impacto mais avaliado; (iv) espécies como Achnanthidium minutissimum, Gomphonema parvulum e Nitzschia palea são comumente citadas como indicadoras e, (v) algumas métricas, especialmente as não-taxonômicas, têm se destacado nos últimos anos. No segundo capítulo foi testado se a identificação em nível de gênero e o uso de classes de biovolume (potenciais grupos substitutos) são eficazes em representar a variação espacial da estrutura das comunidades de diatomáceas em nível de espécie. Também foi avaliada a importância relativa das variáveis espaciais e ambientais na comunidade em nível de espécie e grupos substitutos. Entre os achados desse capítulo estão: (i) a congruência entre as comunidades em nível de espécie e os substitutos foi elevada quando utilizado dados de abundância; (ii) o componente espacial foi importante para explicar a composição de comunidades apenas em nível de espécie e, (iii) o componente ambiental foi importante para explicar a composição de comunidades em nível de espécie e dos grupos substitutos. O terceiro capítulo teve por objetivo testar métricas taxonômicas (índices de diversidade e diatomológicos) e nãotaxonômicas (morfologia de valvas) no biomonitoramento e avaliações ecológicas de riachos categorizados de acordo com as concentrações de nitrogênio. Aqui, apenas as métricas morfológicas de largura média e forma de A. minutissimum diferiram entre as categorias de riachos. As informações presentes nessa Tese permitiram o avanço no conhecimento acerca do uso de métricas de diatomáceas que buscam simplificar o biomonitoramento e avaliações ecológicas, especialmente em relação à necessidade de identificação das comunidades em nível de espécie.