Dissertação - Jael Saray Coelho de Sousa

Diversidade de Ancyrocephalinae (Monogenoidea: Dactylogyridae) parasitos de brânquias de Hemiodontidae (Characiformes) da região do baixo Amazonas

Autor: Jael Saray Coelho de Sousa (Currículo Lattes)

Resumo

Os parasitas representam uma grande fração da biodiversidade e são componentes importantes para o desenvolvimento de estudos taxonômicos e sistemáticos. Este trabalho teve como objetivo obter maior conhecimento sobre parasitas monogenéticos da família Dactylogyridae de espécies de peixes hemiodontídeos. Para isto, durante um período de doze meses, de março de 2021 a fevereiro de 2022, excursões mensais foram realizadas a duas feiras livres do centro urbano da cidade de Santarém. Peixes da família Hemiodontidae foram obtidos e examinados, visando conhecer a diversidade de parasitos. Os exemplares foram pesados (g), medidos em comprimento total e padrão (cm). Após a biometria as brânquias foram isoladas inteiras e alocadas em frascos com águas quente (60º a 70º) e vigorosamente agitadas. Os parasitos presentes nas brânquias foram coletados, contados e fixados em formol 5% e etanol 96% e posteriormente corados em Tricrômico de Gomori, e outros montados em meio de Hoyer e Gray Wass e identificados em microscopia de contraste de fase. Do total de peixes examinados 127 estavam parasitados com pelo menos um Monogenoidea e um total de 447 monogenéticos foram contados. Com base nos dados morfológicos, foram identificadas oito morfotipos, a saber: Diaphorocleidus n. sp, D. altamirensis, Monocleithrium lavergneae, Urocleidoides sp. 1, Urocleidoides sp. 2, Urocleidoides sp. 5, Urocleidoides sp. 7 e um gênero novo proposto denominado como Gênero n. A. Diaphorocleidus altamirensis é pela primeira vez relatada para Hemiodus argenteus e H. unimmaculatus. Para Monocleithrium lavergnae é o primeiro registro desde sua descrição original na Amazônia. Quantitativamente Urocleidoides foi o gênero mais dominante apresentando quatro espécies. O teste de Kryskal-Wallis não revelou diferenças para Prevalência (p= 0.33) e Abundância média (p=0,19) e sim para Intensidade Média de Infestação (p=0,046). Os resultados da PERMANOVA (pseudo-F= 3,69, p= 0,0013) confirmaram que a composição difere entre os períodos amostrados. Os dois eixos da PCoA explicaram 88,62% da relação entre a composição das espécies e os períodos sazonais, indicando que o período hidrológico da cheia especialmente é determinante na variação da composição das espécies de Monogenoidea. Este estudo amplia o número de espécies de monogenéticos descritas bem como novos registros de localidade de espécies para a Amazônia e para a região Neotropical e contribui para o aumento do conhecimento sobre a composição de Monogenoidea apresentando novos entendimentos acerca da influência dos períodos hidrológicos junto com a abundância parasitária

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Palavras-chave: MonogenoideaCiclo hidrológicoPeixes comerciaisEctoparasitas